Muitas pessoas vivem juntas por anos e acreditam que, por isso, já têm automaticamente todos os direitos de um casamento. Mas a verdade é que a união estável — embora seja reconhecida como forma legítima de família — não produz os mesmos efeitos jurídicos de forma automática, especialmente em questões como herança e partilha de bens.
A união estável exige alguns elementos para ser reconhecida legalmente: convivência duradoura, pública, contínua e com a intenção de formar família. Mesmo quando esses requisitos estão presentes, é comum que a pessoa precise buscar o reconhecimento formal da união, especialmente quando há disputa por bens ou direitos.
Herança e partilha: onde mora o problema
Ao contrário do casamento civil, quem vive em união estável não tem garantidos automaticamente os mesmos direitos na herança. É comum que companheiros ou companheiras precisem provar judicialmente a existência da união, principalmente quando há conflito com outros herdeiros ou familiares.
O mesmo vale para a partilha de bens: quando não há documento oficial definindo o regime de bens, o que vale é o que se comprova. E isso nem sempre é simples, principalmente em casos de separação ou falecimento de uma das partes. Provas como fotos, contas conjuntas, testemunhos e filhos em comum podem ser decisivas, mas exigem um processo adequado para valerem juridicamente.
Formalizar evita dores de cabeça
Fazer um contrato de união estável ou uma escritura pública registrada pode evitar muitos problemas no futuro. Esse documento traz segurança para o casal e seus filhos, define o regime de bens e facilita o acesso a direitos importantes como pensão por morte, inclusão em planos de saúde, herança e partilha.
Viver junto não é suficiente para garantir proteção legal. Ter o vínculo formalizado, sempre que possível, ajuda a preservar a dignidade e a história de vida construída a dois.
Se a união já terminou ou se um dos companheiros faleceu, ainda assim é possível buscar o reconhecimento. O importante é saber que isso existe, e que há formas de proteger o que foi construído com esforço e afeto.
Cada caso, uma história. Cada história, um cuidado
Questões familiares exigem mais do que regras: exigem escuta, respeito e sensibilidade. Por isso, contar com o apoio de quem conhece o Direito de Família pode fazer toda a diferença.
Informar-se é o primeiro passo. Cuidar dos seus direitos com orientação segura é o segundo.